Nesta segunda-feira (16/03), quarto dia de greve dos garis, a Comlurb passou a contratar funcionários autônomos para a limpeza das ruas. O pagamento é por diária, e o valor varia conforme o turno. O primeiro, das 7h às 14h, tem remuneração de R$ 100. Já de 17h a meia-noite, são R$ 150. Na gerência da Comlurb em Bangu, Zona Oeste do Rio, os candidatos chegavam e colocavam seu nome numa lista. De lá, seguiam para o trabalho com caminhão ou de varrição. No fim do expediente, voltavam para receber.
— Vamos para a rua e depois pegamos o dinheiro — contou um dos funcionários em Bangu.
O esquema se repetiu em Santíssimo e Campo Grande. A Comissão de Negociação da Campanha Salarial de 2015 do sindicato dos garis afirma que a contratação informal é ilegal e que os trabalhadores não recebem todo material de proteção necessário.
— É contra a lei. A empresa não pode substituir grevista — acusa Bruno Coelho, da comissão de negociação.
A Comlurb, porém, alega que contratou empresas de limpeza terceirizadas. E afirma que, desde que a greve foi deflagrada, piqueteiros têm impedido o trabalho de parte dos garis com violência e ameaças. Casos de agressão foram registrados em cinco delegacias: 29ª DP (Madureira), 24ª DP (Piedade), 27ª (Vicente de Carvalho), 35ª DP (Campo Grande) e 36ª DP (Santa Cruz).
De acordo com a Comlurb, o salário dos garis no Rio hoje é um dos maiores do país. O salário base é de R$ 1.100, enquanto a média do país é de R$ 724. Com os benefícios somados, o valor pula para R$ 2.140. Os diaristas estão ganhando R$ 100 a cada sete horas, somariam cerca de R$ 2.400 caso trabalhassem seis dias por semana.
As reivindicações
Além do aumento de 40% no piso salarial, os garis querem reajuste no vale refeição de R$ 20 para R$ 27. A Comlurb ofereceu 3%. Na sexta-feira, o MPT apresentou proposta de aproximadamente 7%, que foi aceita pela prefeitura. No último ano, após paralisações, os garis receberam 44% de aumento em remuneração e benefícios.
Fonte: Extra
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