TRABALHADORES TERCEIRIZADOS DA UFF ENTRAM EM GREVE POR PERÍODO INDETERMINADO.

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Trabalhadores terceirizados das empresas Croll e VPAR, que prestam serviços de vigilância e portaria para a Universidade Federal Fluminense (UFF), entraram em greve nesta terça-feira (17/03). Segundo organizadores, mais de 200 pessoas ocuparam, em protesto, o campus do Gragoatá das 6h às 17h, dentre funcionários e representantes do Sindicato dos Trabalhadores em Asseio, Conservação e Limpeza Urbana de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Rio Bonito (Sintacluns). Manifestantes pedem o pagamento de salários atrasados que, segundo a UFF, se devem à falta de repasse do governo federal (Leia a íntegra da nota abaixo).

De acordo com o diretor jurídico do sindicato, Renato Araújo, a intenção das categorias é ficar em greve até que haja pagamento em conta. Funcionários da Croll alegam estar há um mês com salário atrasado e os da VPAR, a há quatro, além do 13º e vale-refeição.

— Nem promessas as empresas dão para nós. Não falam absolutamente nada. Por isso, os trabalhadores resolveram entrar em greve, para exigir uma resposta. O Campus Gragoatá foi escolhido para dar mais visibilidade a greve — disse Araújo, indignado.

As aulas foram interrompidas no Gragoatá devido à adesão de professores e alunos à manifestação. De acordo com a presidente da Associação dos Docentes da UFF (Aduff), Renata Vereza, a universidade é quem atrasa o repasse da verba para as empresas pagarem os funcionários.

— Somos solidários aos trabalhadores, pois o papel deles é fundamental para todos e isso não pode continuar. Esse problema tem sido frequente em todos os campi da UFF — ressaltou Renata Vereza, presidente da Aduff.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA:

A administração da Universidade Federal Fluminense vem a público dizer que respeita e reconhece o direito dos trabalhadores de se organizar e reivindicar. Ao mesmo tempo, confia no bom senso de todos para que tais movimentos não causem prejuízos a outras pessoas.

Desde o fim do ano passado, os trabalhadores terceirizados da UFF sofrem com pagamentos atrasados. Ressaltamos que a administração da universidade já ordenou o pagamento, mas não é responsável pela liberação do dinheiro. Essa responsabilidade é do governo federal.

Nós da administração central, entretanto, realizamos contingenciamento em diversos custos para priorizar o pagamento de terceirizados. Economizamos no consumo de água, energia, combustível e manutenção, entre outras economias. Entretanto, ao ordenarmos o pagamento deste mês, o governo não liberou verba suficiente e os empregados da empresa Croll ainda não receberam o salário de fevereiro.

Hoje, alguns estudantes da UFF fizeram um piquete no portão do Campus do Gragoatá em apoio à paralisação dos seguranças. Tal ato impediu o funcionamento da cozinha do restaurante universitário, que, diariamente, atende a milhares de alunos em diversos campi de Niterói, particularmente aqueles que mais necessitam do apoio da instituição para concluir seus estudos.

A gestão preza pelo diálogo e pela democracia. Por isso, nossos problemas devem ser tratados coletivamente. Qualquer ato isolado de uma categoria ou grupo que prejudique toda a comunidade, bloqueando o acesso às instalações da universidade, deve ser olhado como um ato de interesse específico. Isso é prejudicial a toda a comunidade, pois não considera os cortes no financiamento da UFF, os esforços da administração e o direito de ir e vir dos cidadãos.

Reiteramos o convite para construir coletivamente uma saída para essa situação consternadora.

Fonte: O Globo

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