Após o indiciamento do policial militar acusado de matar Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, na Favela Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, mais um PM vai responder por homicídio doloso – quando há intenção de matar – por uma morte ocorrida horas depois. Edilson da Silva dos Santos, de 27 anos, foi baleado quando seguia para o protesto pela morte de DG. Imagens exibidas pela GloboNews mostram o momento em que o soldado Hebert Nobre Maia realiza disparos durante a manifestação.
Os primeiros tiros que Hebert disparou aconteceram às 18h11 do dia 22 de abril do ano passado em direção a uma ladeira que dá acesso à comunidade. Logo depois, ele lança uma granada para o mesmo local. Na filmagem, é possível ver que o policial faz disparos no escuro e para o alto. Segundo a investigação da Polícia Civil, um desses disparos atingiu a cabeça de Edilson.
O jovem foi atingido no rosto quando tentava se proteger no recuo de acesso à garagem do prédio de número 44 da Rua Sá Ferreira, na esquina com a Ladeira Saint Roman. Edilson tinha problemas mentais e chegou a ser personagem da reportagem “Manicômio judiciário, o presídio dos esquecidos”, publicada pela revista digital para tablets “O Globo A Mais”.
Houve tumulto no protesto após a morte de DG. O corpo do dançarino, que trabalhava no programa de TV “Esquenta”, foi encontrado no quintal de uma creche no morro. Revoltados, moradores se reuniram para cobrar Justiça e fecharam duas ruas da região. O grupo ateou fogo em carros, móveis e lixo, além de usarem os materiais como barricadas. Além de Hebert, os policiais Luis Fernando dos Santos Rodrigues e Rafael dos Santos Neves foram para o local com a missão de conter a confusão. Segundo a polícia, o PM afirmou em depoimento que era possível ver a vítima com as mãos para o alto e, mesmo assim, ele atirou em direção à cabeça de Edilson. Sendo assim, fica claro que houve intenção de matar.
O advogado do policial Walter Saldanha Corrêa Júnior, indiciado pela morte de DG, Marcos Espínola, afirmou que o pedido de prisão preventiva do seu cliente não tem fundamento jurídico e disse ainda que o laudo da perícia realizada pela Polícia Civil é “falho”. Ainda segundo o advogado, Saldanha teria agido em legítima defesa ao ser atacado, teria ajudado nas investigações e, sendo réu primário, não haveria razões para a prisão. Segundo o delegado responsável pelo caso, Gilberto Ribeiro, o caso está encerrado e já foi enviado à Justiça.
Fonte: O Globo